“Eu sou a videira e vós
os ramos, aquele que permanece em mim, e eu
nele, esse produz muito fruto, porque sem mim nada podeis
fazer” (cf Jo 15,5). Assim está escrito no Evangelho de Nosso Senhor Jesus
Cristo segundo João, no qual Jesus nos faz essa clara recomendação: permanecermos
unidos a Ele. Pois, essa relação de unidade permitirá que produzamos muitos
frutos que transparecerão nas nossas ações, no nosso relacionamento com o outro,
em nosso projeto de vida, em nosso amadurecimento pessoal e, por conseguinte,
em nossa vocação.
São Paulo VI afirmou que
“toda vida é vocação”, e para que haja verdadeira vida é preciso encontrarmos
um sentido nela. Com isso, Cristo chama-nos para segui-lo, isto é, para que
sejamos seus discípulos missionários. Esta é a vocação que nasce do sacramento
do Batismo. Desse modo, inseridos como membros do seu Corpo, que é a Igreja, também
os jovens são chamados a viver sua vocação mergulhados em Jesus e a serviço dos
irmãos, pois vocação é dom de Deus e doação ao próximo.
O discurso vocacional em
nossa Igreja deve, em primeiro lugar, anunciar Jesus Cristo como centro de toda
vocação. Como cristãos batizados temos a nobre missão de anunciar Jesus no
mundo onde estamos, pois, como o Papa Francisco citou no número 107 da Evangelii
Gaudium, “onde há vida, fervor, paixão de levar Cristo aos outros, surgem
vocações genuínas.”
Sabendo disso, passamos
ao chamado vocacional específico seja o matrimônio, a vida religiosa ou a vida
sacerdotal. Existem três palavras muito importantes para que cheguemos a viver
uma cultura vocacional: Oração, diálogo e convite. Quem viveu essas palavras
foi Jesus, que é por excelência o vocacionado do Pai. Ele rezou nos momentos de
dúvidas e confusões. Rezou nos momentos felizes e, também, nos de solidão e
dor. Agiu com amor e caridade ouvindo sempre o seu próximo e buscando a via do
diálogo. Por fim aceitou o convite de Deus Pai e fez o convite: “Segue-me!”,
para muitos. Entende-se que ser vocacionado é “ser” para o outro, pois nenhuma
vocação nasce por si, nem vive para si.
Precisamos, então, criar
em nosso meio social essa cultura vocacional de Jesus, ou seja, praticar os
verbos: conhecer, educar e pastorear. Em primeiro lugar, como foi dito acima, a
oração. Rezar é manter-se unido a verdadeira videira e com ela permanecer, para
assim dar frutos. Por isso, é tão importante a vida de oração, principalmente
para aqueles que estão em discernimento, em busca de se conhecer melhor, e que
pretendem trazer um sentido essencial para sua vida.
No segundo momento, a
importância do diálogo, seja em casa, na catequese, grupo jovem, nas pastorais,
na escola, nas praças etc. Precisamos quebrar alguns medos em nossa sociedade
de conversarmos a respeito de vocação. Se há um diálogo em família sobre o
futuro profissional, por que não pode existir uma conversa sobre o futuro
vocacional? Ser educado sobre esse assunto é fundamental, pois precisamos nos
dedicar de corpo e alma pelas coisas de Deus, através do diálogo saudável.
Por fim chegamos ao
ponto do convite, Jesus o Bom Pastor faz o convite: “Segue-me!”. Mas nós, povo
de Deus, como animadores vocacionais e seguidores de Cristo precisamos também
ir ao encontro, lançar as redes, questionar, fazer perguntas e animar as
vocações, para que, outros possam seguir Nosso Senhor Jesus Cristo. O que está
faltando hoje é vocação ou doação? Precisamos refletir esses pontos, e trazer
para o nosso cotidiano de forma real essa cultura de espalhar amor e ajudar a
despertar, motivar, fomentar nos corações dos jovens esse desejo pelo
Essencial. Isto é, o Cristo que nos salva e nos envia.
Nós vos pedimos, Senhor,
que continueis a abençoar e enriquecer a vossa Igreja com os dons das vocações
religiosas. Vós, que ouvistes o chamado do Pai e fez o convite a tantos, nos
inspire neste momento a respondermos “sim”, que seja genuíno, iluminado e
encorajado através da vossa Palavra.
Seminarista Wellington Cosme Dias Salviete
Terceiro ano de filosofia
Ano Missionário 2022 – Paróquia Imaculada Conceição