“Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor nos confiou ao nos chamar e nos escolher” (DA, 18). Estas palavras do Documento de Aparecida iluminam nossa caminhada de cristãos, ao mesmo tempo em que nos recorda a missão de cada irmão e irmã batizado: Anunciar a boa nova do reino a todo o mundo. (cf. Mt 28).

Pelo batismo nos tornamos participantes da grande família de Deus. Das águas fecundadas pelo Espírito Santo, em cada comunidade, nasce o povo Deus, “uma raça eleita, um sacerdócio real, uma nação santa” (1Pd 2,9). Incorporados a esse povo, portanto, faz-se necessário que cada um de nós aprenda a maneira de viver, a qual postura de vida assumir, frente à tantas circunstâncias da vida com as quais nos deparamos.

O conhecimento de Jesus implica numa constante vinculação a Ele. Como mestre, não chama a conhecer uma ideia, mas chama-nos a estar com Ele próprio. É na convivência diária com o mestre, que começa sobretudo numa visita constante às páginas dos Evangelhos, que vamos aprendendo seus gestos e palavras. É com esse olhar atento às atitudes do mestre que podemos ter condição de confrontar a nossa vida com os seus ensinamentos e, desse confronto, mudar as atitudes que não condizem. Isto é, vamos iluminando a nossa vida para saber onde precisamos mudar, aonde ainda é preciso conversão.

A partir do conhecimento e de uma experiência pessoal com Cristo, é preciso que o imitemos e que, cada vez mais, tenhamos “o mesmo sentimento de Cristo Jesus” (Fl 2,5). Abraçar a fé implica também num testemunho, de adotar uma postura de vida que esteja de acordo com a fé que professamos em cada domingo nas Celebrações ao redor da Palavra de Deus e nas Missas.

Assim, podemos entender que somos discípulos-missionários. Discípulos porque continuamente estamos em contato com Jesus, formando uma família. Missionários porque ele mesmo no envia a anunciar a boa nova do Evangelho. “Todos somos chamados a crescer como evangelizadores [...] a dar o testemunho explícito do amor salvífico do Senhor, que, sem olhar as nossas imperfeições, nos oferece a sua proximidade, a sua Palavra, a sua força, e dá sentido à nossa vida” (EG, 121).

Amados irmãos e irmãs, continuemos a caminhada de fé em nossas Comunidades Eclesiais de Base, conhecendo a Cristo mais profundamente e deixando que o ardor missionário vá crescendo em nós. Cada Celebração ao redor da Palavra de Deus, cada Missa, Círculo Bíblico, entre outros momentos de oração e partilha, devem ser especial ocasião de recordar e renovar a vocação batismal. Certos dessa missão, somos capazes de levar a Boa Nova de Jesus por onde estivermos, fazendo acontecer o Reino de Deus de entre nós.

Marcos José Serafim Azevedo

Seminarista do 3º ano da etapa discipular